Desperte Sua Capacidade de se Maravilhar! (Meu Relato)

DESPERTE SUA CAPACIDADE DE SE MARAVILHAR! (MEU RELATO)

O grande barato de viajar está na oportunidade de resgatar uma capacidade adormecida: assombrar-se.

Discordo sempre quando alguém diz que as crianças não aproveitam as viagens. Acredito que elas aproveitam de uma forma diferente dos adultos e que eles têm muito a aprender com elas sobre. Elas não fingem interesse por alguma história contada por um guia ou visitam um lugar porque alguém disse que é uma atração turística obrigatória. Crianças são descobridoras!

Elas se interessam pelos cheiros, cores e demais estímulos sensoriais que permitam expandir sua percepção sobre a realidade. Crianças estão abertas ao assombro porque sentem curiosidade sobre o mundo e estão abertas para receber.


Os tuk-tuk estão por toda parte nas grandes cidades da Tailândia e são uma uma alternativa barata e interessante para fugir do trânsito. Foto: auto desconhecido. Fonte:Pixabay

O adulto, ao contrário, quer opinar sobre tudo, não se permitindo à descoberta. Sente necessidade de estar sempre no controle, o que o leva a controlar a experiência. Antes que a experiência se concretize, ele criou infinitos julgamentos sobre ela, impedindo que ele vivencie.

Um adulto é mera testemunha dos fatos, a criança a autora. Ela não quer controlar nada, o que torna possível experimentar e transformar a experiência parte de si mesmo.

Dentro de uma vida cabem muitas viagens, mas, a vida é a maior delas. Um dia todos nós vamos voltar para a casa. Podemos voltar modificados pela experiência, sentindo-se profundamente gratos pelas histórias e descobertas que colecionamos, ou então, voltar com um enorme acervo de imagens de tudo o que presenciamos sem que isso nos tocasse.


Em Wat Lokayashutharam, um dos mais famosos templos da cidade histórica de Ayutthaya (antiga capital da Tailândia) está a maior estátua do país, com 37 metros. Ela representa o Buda com a cabeça repousada sobre a Lótus, em posição de Nirvana, aguardando o momento de sua morte para atingir a iluminação espiritual. Curiosidade: o local foi usado como cenário para a personagem Sagat no jogo Street Fighter II. Foto: Álbum pessoal. Maio 2017.

Ninguém precisa viajar para resgatar a capacidade de se maravilhar. Eu altamente recomendo que se tiver a oportunidade de viajar não desperdice! Mas, para perceber a vida (o que é muito diferente de julgar ou ter uma opinião sobre) basta tomar distância e observar.

Quando estiver no piloto automático, lembre-se que este é um sinal de alerta. Cada dia é uma oportunidade de descoberta. O aroma do café de nossa casa sempre será o melhor do mundo. A comida da vó sempre será imbatível. Não se furte da experiência! Permita-se estar aberto para vivenciar a vida ao invés de apenas ter uma opinião sobre ela. Contemple a vida como quem contempla um monumento realmente grande. Por mais pesada que esteja a vida, acredite: existem vários motivos para agradecer e sentir assombro!

Meu Relato
Este texto foi escrito em maio deste ano, em Chiang Mai – Tailândia, logo após assistir a celebração de Wesak (Festival da Iluminação de Buda) no Templo da Montanha (Doi Suthep). Lá presenciei a imensidão verde do grande vale se revelar preguiçosamente através das nuvens… e me curei! Gratidão profunda a energia fantástica de Doi Suthep, onde senti o coração de Buda e despertei o olhar de criança!


Não sei se é frequente ou devido as celebrações de Wesak (Festival de Buda), havia várias meninas com trajes típicos. Ao custo de alguns baths (moeda da Tailândia) os pais autorizavam você tirar uma foto (quando as próprias não cobravam!). Com prazer paguei a taxa para tirar uma foto com essa bonequinha super simpática!

O Que Mais Me Maravilhou na Tailândia?

1. Conhecer Maya Bay, em Koh Phi Phi Leh

Imagine uma lagoa de águas cristalinas no meio do oceano com um incrível tom de verde. Isso é Pileh Lagoon!

A praia do filme de The Beach (1999) estrelado por Leonardo DiCaprio de fato é “a praia perfeita”. Madruguei

para pegar o Long Tail (barcos tradicionais de madeira) – sai cerca de 6h da manhã e sem café da manhã –

para conhecer Maya Bay e valeu muito a pena! Na praia, apenas o barqueiro, eu e meu marido e a exuberante natureza com sol agradável e mar de esmeralda! Se for para Tailândia, inclua Maya Bay e Pileh Lagoon, que é possível aproveitar bem em um mesmo dia. Fique em Phi Phi e pegue um Long Tail e não os barcos rápidos (se possível apenas para o casal para ter mais liberdade de tempo e de roteiro). Saia bem cedo! Madrugue! A partir das 10 horas o paraíso pode ficar um tanto lotado!

2. Meditar em Wat Phrat Singh Temple, Chiang Mai

Vista de Wat Phra Singh, Chiang Mai. Foto: álbum particular. Maio de 2017

O templo abriga a importante estátua de Phra Buddha Singh que, segundo a lenda, teria vindo do famoso templo de Bodhgaya na Índia, local onde Sidarta Gautama tornou-se Buda. Eu não sabia nada a respeito desse templo e confesso que pesquisei apenas para escrever esse artigo. O motivo de Phrat Singh ser especial para mim é porque foi o primeiro templo no qual pude meditar. Fui a Chiang Mai em um voo partindo de Bangkok (a opção pelo voo foi para economizar tempo, pois, é perfeitamente viável ir de trem e ainda economizar um dinheiro).Eu já tinha conhecido os templos de Bangkok, inclusive aquele que abriga o famoso Buda de Esmeralda, que apesar da beleza deslumbrante é impossível meditar por ser muito lotado. Além da beleza e grandiosidade (literalmente, pois, é um complexo de templos e prédios), Wat Phrat Singh é na inteireza um convite à meditação. Encontrei a grande estátua de Buddha cercada de monges em absorta meditação, o que pode ser presenciado ao final da tarde. Foi nesse clima de maravilhoso silêncio, cercada de energias boas de mantras e da poderosa energia que emana da estátua de Buddha Singh, que eu senti, pela primeira vez na Tailândia, a sensação de mergulhar na espiritualidade. Curiosidades: “Singh” significa “leão”. O templo é cercado de várias estátuas de leões. Outra curiosidade: o templo abriga uma réplica menor do Buda de Esmeralda que, na realidade, é feito de Jade.

3. Passar um dia como cuidadora de elefantes

Poucos lugares no mundo são capazes de preencher o coração de amor pelo simples fato de estar ali. O Elephant Nature Park em Chiang Mai é um desses lugares. Lá eu passei um dos dias mais emocionantes da minha vida, cuidando de elefantes em seu próprio ambiente. A sensação estar na presença de um deles é algo fascinante e assustador. Eles são grandes ao ponto de conseguir colocar uma melancia inteira na boca e mastigar como um chiclete ou  arrancar uma árvore inteira com tromba. Mas também são criaturas profundamente amorosas! Se duvida, basta ver como o grupo se comporta com o filhote. O Espírito do Elefante é o Espírito de Gaia, da Mãe Terra . Estar perto de um deles é uma experiência que muda você para sempre! O parque é um santuário que resgata animais usados para o transporte de carga e pessoas, para arrancar árvores, etc., como atração circense ou turística e filhotes que foram separados de suas mães para extração do marfim . É o único na Tailândia em que os elefantes são realmente livres. Não são incentivados a fazer nenhum truque ou carregar turistas nas costas. Vivem como se nunca tivessem sido retirados da natureza, exceto pelos cuidados médicos e  a alimentação que recebem. Lá também são encontrados inúmeros cães, gatos, patos e outros animais domésticos sobreviventes do Tsunami de 2004, todos coexistindo em perfeita harmonia. Caso se apaixone por um deles e disponha de meios para levá-lo para casa, eles estão disponíveis para adoção.

4. Visitar a famosa árvore de Wat Phra Mahathat, em Ayuthaya

As ruínas do templo abriga uma das curiosas estátuas de Buda de toda a Tailândia. Trata-se de uma cabeça de Buda entrelaçada entre as raízes expostas de uma figueira que ninguém sabe explicar porque apareceu ali. Uma das hipóteses é que durante os 100 anos em que o templo ficou abandonado após ter sido atacado e incendiado pelos birmaneses, as árvores cresceram sobre as partes caídas no chão, sendo que esta em especial teria “abraçado” a cabeça do Buda. Curiosidade: Aos 35 anos, e depois de acumular alguns anos como asceta, Sidarta Gautama sentia não ter evoluído muito em sua jornada espiritual. Cansado e fraco, sentou-se à sombra de uma figueira e passou a meditar prometendo levantar-se somente quando encontrasse a Verdade.

Depois de 49 dias e noites em meditação, Sidarta finalmente alcançou a iluminação passando a ser conhecido como Buda  Shakyamuni. É comum encontrar figueiras em templos budistas em homenagem a Bodhi Tree ou “árvore de Buda” sob a qual Gautama alcançou a iluminação.


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